terça-feira, 30 de novembro de 2010

VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR SOBRE ACESSIBILIDADE?

O olhar de uma jornalista sobre a experiência dos cadeirantes

             Em visita ao Centro de convivência Albert Sabin, conheci alguns jogadores brasileiros de basquete sobre rodas. Sinceramente, não achei que seria possível jogar basquete tão bem e fazer tantas acrobacias. É um verdadeiro espetáculo!
            Eu me desafiei a viver um pouco a realidade deles, me tornar cadeirante por 10 minutos. Eu não queria brincar de faz de conta, precisava sentir na pele quais as dificuldades que eles enfrentam diariamente.
FOTO: EMMANUELLE CARNEIRO
           Apesar de nunca ter me imaginado perto de uma cadeira de rodas, testei dois tipos de cadeiras: uma comum e outra adaptada só para atletas.
           A maior dificuldade que encontrei foi esquecer que tinha pernas.
         Na cadeira adaptada para os atletas tinha um espaço disponível para o quadril de apenas 20 cm e foi difícil sair do lugar. A comum era mais pesada, porém sentei e tive apoio para me locomover.
        Acredito que se todo ser humano passasse por essa experiência , saberíamos compreender melhor os cadeirantes quando falam sobre a falta de acessibilidade.
         Era fato que eu não conseguia subir ou descer escadas, não podia correr quando me desse vontade ou me baixar para pegar algo que caiu.
         Ainda tentei brincar de corrida com um garoto da vila, filho de um cadeirante. Fomos para o início da quadra de basquete e corremos até o final dela, ele ganhou de mim de 2x0.
          Por ser filho de um cadeirante e morar na vila, eu estava em desvantagem. Ao contrário de mim, não era a primeira vez que ele manuseava uma cadeira de rodas.


Keila Fidelis