quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Uma equipe. Um grupo. Quinze vencedores. Um time de basquete sobre rodas da cidade de Paulista, Pernambuco, composto por uma constelação de atletas e considerado um celeiro de nomes conhecidos inclusive na Seleção Brasileira de Basquete Sobre Rodas.
Conheça duas histórias emocionantes que tornam esses jogadores verdadeiros vencedores do esporte e da vida. Gilberto e José são os personagens dessa matéria principal produzida pelos alunos de jornalismo da Faculdade Joaquim Nabuco, Paulista.
Em homenagem ao time da Associação Desportiva de Deficientes Físicos de Pernambuco (ADDF-PE) nossa equipe de reportagem conheceu a rotina desses personagens da vida real e apresenta nesse espaço um pouco da realidade desses brasileiros.

MEDALHAS E TROFÉUS PARA INCLUSÃO

Acessibilidade, inclusão e igualdade para todos são temas e questões de diversas discussões. Focando no segmento das pessoas com deficiência, não podemos deixar de reconhecer que os espaços e visibilidade para essas pessoas têm melhorado, porém, fazer uma calçada com rampa, ônibus com plataforma elevatória não é o bastante para dizer que as pessoas com deficiência têm sua cidadania assegurada.
Vamos analisar sobre inclusão.  Para entendermos o que é incluir, precisamos diferenciar o incluir do inserir.  Afinal, quando incluímos fazemos com que o ambiente se adapte ao incluído e lhe proporcione os mesmos direitos que o geral, mas quando inserimos, apenas abrimos espaço para que o indivíduo inserido esteja no ambiente, mas ele é quem se adapta ao meio e não usufrui dos mesmos direitos. Em muitos casos, é subestimado e estigmatizado por sua deficiência.
ATLETAS DA ADDF-PE
FOTO: ARQUIVO DO TIME

Pois é, nossa sociedade ainda está longe de dizer que é inclusiva. Mas, não sejamos tão negativos em nossas análises, temos as pequenas, que verdade se tornam grandes conquistas no segmento das pessoas com deficiência. Para isso, usaremos o exemplo da Associação Desportiva de Deficientes Físicos de Pernambuco (ADDF-PE), um dos times destaques no basquete sobre rodas do Brasil e que surgiu em Pernambuco e tem aproveitado muito bem o espaço inclusivo no esporte, mostrando do que são capazes as pessoas com deficiência quando são incluídas.
Fundada em 18 de dezembro de 1987, a ADDF tem duas equipes de basquetebol em cadeiras de rodas, uma na primeira divisão há mais de dez anos e a outra na terceira divisão, totalizando cerca de trinta atletas treinando e participando de apresentações, torneios e campeonatos. A equipe de basquetebol é tricampeã brasileira da primeira divisão; atual campeã Sulamericana, torneio realizado na Venezuela; também seis vezes campeã regional; além dos vários títulos a nível pernambucano e recifense.       Vale ressaltar que é a única equipe de basquetebol em cadeiras de rodas masculina em todo Norte/Nordeste. Também em 1995, foi a única equipe em todo território nacional a participar do Torneio Internacional de Basquetebol em Cadeiras de Rodas, realizado em Guilianova/Itália.
Como podemos perceber, quando a inclusão existe, de fato, as medalhas e troféus são conseqüências.

Nadja Medeiros

terça-feira, 30 de novembro de 2010

VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR SOBRE ACESSIBILIDADE?

O olhar de uma jornalista sobre a experiência dos cadeirantes

             Em visita ao Centro de convivência Albert Sabin, conheci alguns jogadores brasileiros de basquete sobre rodas. Sinceramente, não achei que seria possível jogar basquete tão bem e fazer tantas acrobacias. É um verdadeiro espetáculo!
            Eu me desafiei a viver um pouco a realidade deles, me tornar cadeirante por 10 minutos. Eu não queria brincar de faz de conta, precisava sentir na pele quais as dificuldades que eles enfrentam diariamente.
FOTO: EMMANUELLE CARNEIRO
           Apesar de nunca ter me imaginado perto de uma cadeira de rodas, testei dois tipos de cadeiras: uma comum e outra adaptada só para atletas.
           A maior dificuldade que encontrei foi esquecer que tinha pernas.
         Na cadeira adaptada para os atletas tinha um espaço disponível para o quadril de apenas 20 cm e foi difícil sair do lugar. A comum era mais pesada, porém sentei e tive apoio para me locomover.
        Acredito que se todo ser humano passasse por essa experiência , saberíamos compreender melhor os cadeirantes quando falam sobre a falta de acessibilidade.
         Era fato que eu não conseguia subir ou descer escadas, não podia correr quando me desse vontade ou me baixar para pegar algo que caiu.
         Ainda tentei brincar de corrida com um garoto da vila, filho de um cadeirante. Fomos para o início da quadra de basquete e corremos até o final dela, ele ganhou de mim de 2x0.
          Por ser filho de um cadeirante e morar na vila, eu estava em desvantagem. Ao contrário de mim, não era a primeira vez que ele manuseava uma cadeira de rodas.


Keila Fidelis