Acessibilidade, inclusão e igualdade para todos são temas e questões de diversas discussões. Focando no segmento das pessoas com deficiência, não podemos deixar de reconhecer que os espaços e visibilidade para essas pessoas têm melhorado, porém, fazer uma calçada com rampa, ônibus com plataforma elevatória não é o bastante para dizer que as pessoas com deficiência têm sua cidadania assegurada.
Vamos analisar sobre inclusão. Para entendermos o que é incluir, precisamos diferenciar o incluir do inserir. Afinal, quando incluímos fazemos com que o ambiente se adapte ao incluído e lhe proporcione os mesmos direitos que o geral, mas quando inserimos, apenas abrimos espaço para que o indivíduo inserido esteja no ambiente, mas ele é quem se adapta ao meio e não usufrui dos mesmos direitos. Em muitos casos, é subestimado e estigmatizado por sua deficiência.
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ATLETAS DA ADDF-PE FOTO: ARQUIVO DO TIME |
Pois é, nossa sociedade ainda está longe de dizer que é inclusiva. Mas, não sejamos tão negativos em nossas análises, temos as pequenas, que verdade se tornam grandes conquistas no segmento das pessoas com deficiência. Para isso, usaremos o exemplo da Associação Desportiva de Deficientes Físicos de Pernambuco (ADDF-PE), um dos times destaques no basquete sobre rodas do Brasil e que surgiu em Pernambuco e tem aproveitado muito bem o espaço inclusivo no esporte, mostrando do que são capazes as pessoas com deficiência quando são incluídas.
Fundada em 18 de dezembro de 1987, a ADDF tem duas equipes de basquetebol em cadeiras de rodas, uma na primeira divisão há mais de dez anos e a outra na terceira divisão, totalizando cerca de trinta atletas treinando e participando de apresentações, torneios e campeonatos. A equipe de basquetebol é tricampeã brasileira da primeira divisão; atual campeã Sulamericana, torneio realizado na Venezuela; também seis vezes campeã regional; além dos vários títulos a nível pernambucano e recifense. Vale ressaltar que é a única equipe de basquetebol em cadeiras de rodas masculina em todo Norte /Nordeste. Também em 1995, foi a única equipe em todo território nacional a participar do Torneio Internacional de Basquetebol em Cadeiras de Rodas, realizado em Guilianova/Itália.
Como podemos perceber, quando a inclusão existe, de fato, as medalhas e troféus são conseqüências.
Nadja Medeiros
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